Reportagen com José Nazar
Quase que encerrando os temas do Colóquio, antes da Plenária do sábado 14/04 foi realizada entrevista com José Nazar, membro da Escola Lacaniana de Rio de Janeiro, logo de terminado o colóquio e o debate sobre "O não - todo e o tempo" , coordenado por Antonio Quinet, onde também participaram Carlos Pinto Correa ( "Epistemologia psicanalítica: a verdade, não toda"), e Elisabeth Saporiti ("Sobre a direção do tratamento: interpretação e identificação; desejo e nome próprio). Ele apresentou trabalho sobre "O tempo em análise: resposta a E. Roudinesco" , acessível nas páginas de Internet de PsicoMundo Brasil.
Sara E. Hassan: Gostaria de fazer algum comentário sobre a sua presença neste Colóquio, e neste evento, a Odisséia Lacaniana?
Jose Nazar: Eu penso, eu acredito que as instituições psicanalíticas, elas têm que procurar cada vez mais o trabalho entre elas. Elas têm que buscar um tipo de encontro, um ponto comum, um ponto teórico ou da clínica que elas possam trabalhar conjuntamente para não se criar um sectarismo, um isolamento porque na medida que há essa aproximação, esse trabalho, os efeitos da castração, os efeitos de um questionamento, eles se produzem em formas mais intensas??? . É mais: em relação às Formações Clínicas do Campo Lacaniano nós constantemente fazemos essa troca , mesmo que nós não temos essa ligação na formação institucional, mas na produção teórica nós somos muito ligados. Quer dizer, eu acredito que alguns colegas das próprias Formações Clínicas não sejam tão ligados como nós. Nas trocas, constantemente eles vem apresentar trabalhos na Escola, nos eventos da Escola. Isso já se dá há muitos anos, tem havido essa troca. Eu acho essa troca extremamente saudável. É fundamental que não haja questões de poder , de rivalização paralelos. Isso mostra o avanço, um amadurecimento maior em relação a fazer a teoria psicanalítica.
Sara E. Hassan: Quer dizer que, além da intensidade da questão dessa troca (com as Formações Clínicas), seria como que um lugar necessário.
José Nazar: Sim , eu acho que é da ordem do necessário. E mais ainda, futuramente no Brasil, com a questão do passe, final de análise, que ainda não nasceu no Brasil, eu acredito que a única saída que nós teremos será trabalhar inter-institucionalmente. Não haverá outra maneira de se trabalhar essa questão em função dos grupos serem muito pequenos e haver uma proximidade, uma familiaridade entre os membros. Eu acredito que mesmo as organizações mais institucionalizadas, por exemplo, com o tempo, elas vão ceder. E vão ceder a esse tipo de necessário, e começar a trabalhar essa questão do passe-final de análise. Porque senão, nós vamos ficar sem vivenciar essa experiência: vamos ficar dançando o ''Último tango em Paris" para os argentinos ???.E nós no Brasil sem essa experiência.
Sara E. Hassan: Fiquei curiosa de saber quais as instituições de Argentina, mencionadas na sua exposição, com as quais está tentando trabalhar essa questão.
José Nazar: Eu vou começar com a Escola Freudiana de Buenos Aires, eu faço análise lá com Isidoro Vegh, vou lá cada quarenta dias; vou fazer com a Escola Freudiana Argentina, com a de Rosario, e com o grupo do Roberto Harari, da Mayéutica , que não trabalha a questão do passe. E vou procurar o pessoal do Campo, da EOL.
Sara E. Hassan:Bem. Muito obrigada.
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