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Agenda

SEMINÁRIO
O PERCURSO DE UMA ANÁLISE

ou

Introdução ao Funcionamento da Clínica Psicanalítica
de Orientação Lacaniana via estudo do Desejo do Analista
em sua relação com a Ética da Psicanálise

No principio, no início do Seminário 1, Lacan nos indica: "O mestre interrompe o silêncio com qualquer coisa, um sarcasmo, um  pontapé. É assim que procede, na procura do sentido, um mestre budista, segundo a técnica zen. Cabe aos alunos, eles mesmos, procurar a resposta às suas próprias questões."

É neste sentido que podemos dizer que quem faz análise é o analisando. O analista indica o caminho.

Tomando como referência o ultimo ensino de Lacan, a clínica do real, enfocaremos através do percurso de uma psicanálise, o funcionamento do dispositivo analítico.

Chamo a atenção para a proposição de 1967, texto onde Lacan convida aqueles que terminaram as suas análises a serem analistas de sua própria experiência, isto é, formalizar uma articulação entre os elementos fundamentais de seu próprio percurso analítico e os respectivos conceitos da teoria.

É neste sentido que utilizaremos a estratégia de nos servir de um percurso psicanalítico, um caminho de uma psicanálise, hipotético, para nos determos em análise minuciosa, enfocando os momentos cruciais, os pontos de virada, enfim, os elementos fundamentais deste percurso.

Acredito firmemente que isso contribuirá no sentido de fornecer aos estudiosos deste campo, uma visão de conjunto, visão panorâmica, proporcionada pelo estudo do percurso de uma análise em sua articulação com os conceitos de desejo do analista, direção do tratamento, final de análise e ética da psicanálise.

Retomando a grande descoberta de Freud: "Diga tudo o que lhe vier à cabeça sem nenhum tipo de autocensura", a regra fundamental da Psicanálise, gostaria de relembrar que é isso que inaugura, na história da civilização, um discurso nunca antes experimentado.

Em nenhum lugar e para ninguém, a não ser num consultório de Psicanálise e para um psicanalista, se pode praticar tal enunciação. É isso que instaura a prática clínica, possibilitando que o dispositivo analítico se articule, propiciando que o paciente possa experimentar a pesquisa de seu próprio inconsciente.

Mas para que ocorra uma psicanálise, a associação livre é necessária, mas não é suficiente. É aqui que proponho pensarmos  que a partir dos 100 anos que nos separam desde o início desta prática, foi possível formular um saber que orienta o analista na direção do tratamento. Uma lógica que, se instaurada, conduz o paciente, desde a entrada até o final da análise.        

Nossa hipótese é a de que existe um caminho lógico a ser percorrido por um analisando, sob a orientação ética de um psicanalista.

Nesse seminário, convido-os a imaginar o analista em seu consultório. Frente a um candidato a analisando, por onde  se orienta um analista?

Qual  referencial  utiliza na direção do tratamento psicanalítico?

O psicanalista  se orienta  pelo  desejo do analista. É isso que define sua posição no dispositivo analítico.

A partir disso, proponho pensarmos  o desejo do analista em sua relação com a ética da psicanálise.

Nossa referência para a construção deste seminário procura estar embasada no fato de que a experiência de um tratamento psicanalítico, levado até seu fim, comporta a possibilidade do surgimento de um desejo no analisando, o desejo do analista.

Este é um desejo que aparece principalmente no período do final de análise e que move alguém a se tornar psicanalista. É o mesmo desejo que funciona como instrumento, através do qual, o futuro analista irá conduzir o tratamento analítico de seus analisandos. É por este motivo que podemos pensar que o desejo do analista se encontra na base da ética da psicanálise, pois é o desejo que sustenta a ação do analista em sua clínica e é o que distingue a psicanálise da psicoterapia, pois o desejo do analista não é o de curar. Freud nos ensina que a cura vem por acréscimo.

Então, podemos propor pensar que o analista, por ter encontrado seu final de análise, é capaz de, ao escutar o analisando, construir uma hipótese de direção para o caso clínico, um norte, e se empenhar eticamente, via seu desejo, para que o analisando avance na direção indicada, percorrendo os passos de uma análise de maneira lógica.

Concluindo, indico que a construção deste seminário estará baseada sobre dois eixos fundamentais:

a) construção do percurso hipotético de um processo psicanalítico e a respectiva articulação com o referencial teórico;

b) construção e mapeamento detalhado do funcionamento do dispositivo analítico, a "maquina de analisar". 

* Luiz Gonzaga Sanseverino Junior é membro da Seção São Paulo da Escola Brasileira de Psicanálise, filiada à Associação Mundial de Psicanálise, mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em dezembro de 2001Telefone para contato: (11) 3812-9635

 INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES

Local: sede da Escola Brasileira de Psicanálise - Seção SP. Rua Cardoso de Almeida, 60, conj. 111, tel. 3873-3909

Data de inicio: 02 de abril 2003

Horário: 16:00h

Semanal

Gratuito


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ou qualquer outro tipo de informação, escreva a
brasil@psicomundo.com

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