IV Jornadas de Formações Clínicas do Campo Lacaniano-RJ
A Rede de Pesquisa em Psicose tem o prazer de convidar para as IV Jornadas Clínicas de Formações Clínicas do Campo Lacaniano-RJ que terão como tema: "Paranóia - as vozes, os olhares, os atos e os delírios",
As IV Jornadas de FCCL-Rio se realizarão nos dias 30 e 31 de agosto, de 2002, no Instituto de Psiquiatria da U.F.R.J -Av. Wenceslau Brás,71-Rio de Janeiro
Inscrições:
- Até 22 de abril R$ 100,00
- Até 30 de junho R$ 120,00
- Até 26 de agosto R$ 140,00
- No local: R$ 160,00
- Estudantes pagam sempre 50% do valor.
Paranóia - as vozes, os olhares, os atos e os delírios.
Com o conceito de paranóia, Freud não só demonstrou que a loucura tem lógica como também apresenta um funcionamento apreensível pelo método psicanalítico. Situada ao lado das neuroses histérica e obsessiva, a paranóia, no entanto, não se confunde com elas, pois, enquanto nas primeiras se encontra a fantasia inconsciente, nela se impõe o delírio que inventa um Outro que goza do sujeito apassivado. E no grupo das psicoses, distancia-se da esquizofrenia pois nela a palavra, longe de ser fragmentada e vazia de significação, é carregada de sentido e fixada na interpretação. Apesar de serem dois tipos clínicos de psicose diferenciados, a paranóia pode ser uma saída da esquizofrenia, com a estabilização delirante, a partir do advento de uma suplência lá onde o complexo de Édipo não adveio. Haverá uma paranóia pura ? Na evolução de seu ensino, Lacan termina por identificar a paranóia com a personalidade devido à estrutura narcísica e bipolar do eu, que confere o caráter megalomaníaco aos mais famosos paranóicos chefes de grupos religiosos, políticas e outros. Não só o delírio caracteriza a paranóia, mas também o retorno no real do que está excluído do simbólico, ou seja, os fenômenos de auto-referência e de interpretação assim como as vozes que designam o sujeito como o Um da exceção. Ele, além de ser o centro do mundo, é o centro dos olhares. Todos só têm olhos para ele, ele é vigiado e o Outro um espião. Daí a última definição da paranóia por Lacan como "um visco imaginário - uma voz que sonoriza o olhar que aí é prevalente". Assim a paranóia desvela as funções do supereu : o olhar que vigia, a voz que critica. Na sua expressão na cultura, a razão paranóica floresce na nossa atual sociedade escópica onde o "empuxo-ao-vigiar-e-punir" faz de cada qual um observador observado pela tele-visão do Outro. De qualquer modo sorria, você está sendo filmado.
Antonio Quinet
(Coordenador da Rede de Pesquisa sobre Psicose)
Nos últimos dois anos a Rede de Pesquisa em Psicose de FCCL-RJ tem como objeto de investigação "A paranóia" propondo-se a estudar e discutir, na teoria e na práxis clínica, o caminho iniciado pelos clássicos da psiquiatria e da psicanálise. Nossa pesquisa seguiu desde Griesinger, que emprega esse termo, Kahlbaum que o retoma passando por Kraepelin, Neisser e Cramer, que discutem os fundamentos dos mecanismos da paranóia. A tese de Lacan de 1932 nos guiou nas referências bibliográficas da psiquiatria clássica e o caso Aimée nos esclareceu a relação entre paranóia e crime; entre delírio e ato. Em seguida, estudamos a sintaxe original da paranóia e a concepção do mundo que ela engendra destacada por Freud e retomada por Lacan em diversas etapas de seu ensino. Priorizando o mecanismo da projeção na paranóia, Freud indicou no caso Schreber que fenômenos paranóicos e esquizofrênicos podem achar-se combinados em qualquer proporção em um caso clínico. E Lacan ao destacar a foraclusão do Nome-do-Pai e seus mecanismos de suplência indica a paranóia menos como uma patologia do que uma solução psicótica. Isso nos levanta a questão do endereçamento do sujeito (no delírio e no ato) e as modalidade de laço social na paranóia. FCCL-Rio convida todos os interessados a participarem destas IV Jornadas que têm como perspectiva colocar em discussão fenômenos como: auto-referência mórbida, vivência delirante primária, o delírio de observação e a perplexidade. Outros temas acompanharão os debates: A direção do tratamento; Delírio na neurose e na psicose; Os casos clínicos de paranóia na psicanálise; Paranóia e crime; Erotomania; Paranóia e poder; Crianças e adolescentes paranóicos; Sociedade paranóica; O eu e a persona; Os clássicos da paranóia; Alucinações; Paranóia, homossexualismo e transexualismo; A razão paranóica; Paranóia, esquizofrenia e melancolia/mania; Formas de suplência. Até lá!
Rosane Melo e Sheila Abramovitch
(Coordenadoras das IV Jornadas de FCCL-RJ)
Participam :
Françoise Gorog (França), Jean-Jacques Gorog (França), Gabriel Lombardi (Argentina), Ana Cristina Figueiredo, Doris Rinaldi, Edson Saggese, Gilda Paoliello, Isabel Lins, Isidoro Americano do Brasil, José Carlos Souza Lima, José Nazar, Luciano Elia, Marco Antônio Coutinho Jorge, Mauro Mandes Dias, Neuza Santos Souza, Paulo Roberto Chaves Pavão.Prazos de entrega dos trabalhos:
1) Trabalhos encaminhados à seleção para publicação prévia: 21/05/2002.
Seguir as instruções abaixo e enviar duas cópias impressas e um disquete contendo o trabalho. Nas cópias impressas, fazer uma folha de rosto com o nome do autor e título do trabalho e NÃO IDENTIFICAR O AUTOR NAS PÁGINAS SUBSEQUENTES que devem vir encabeçadas apenas com o título do trabalho.2) Trabalhos a serem submetidos à Comissão Científica para apresentação nas Jornadas: 01/08/2002.
Observações:
1) Somente serão aceitos trabalhos de autores previamente inscritos nas Jornadas;
2) Somente serão lidos e selecionados pela Comissão Científica os trabalhos que tiverem no máximo 6 laudas, letra Times New Roman, número 12, espaço duplo, independente destes serem enviados ou não para participar da seleção para publicação prévia.
3) Identificar o autor em folha separada, com nome, telefone, endereço e endereço eletrônico.Comissão Científica: Antonio Quinet, Graça Pamplona, Sonia Alberti e Vera Pollo
Comissão Organizadora: Ana Rosa Mauro de Melo, Georgina Cerquise, Gloria Sadala, Yuta Pech, Maria Luisa Sant'Ana, Maritza Garcia, Newton Valente Filho, Roberto Julio May, Sheila Solomon, Sonia Borges e Yara Ligia Andrade Lemos.
Informações : Sede de FCCL-Rio
- Rua Goethe, 66- Botafogo Cep. 22281-020 Rio de Janeiro- RJ tel/fax.2537-1786/22869225
Público Alvo: Psicanalistas, médicos, psicólogos, profissionais da área da saúde, educadores, estudantes de graduação e pós-graduação, residentes de medicina e de saúde mental e áreas afins.
Ficha de Inscrição
Nome:__________________________________________________________________________
Endereço:_______________________________________________________________________
Cidade:______________________________Estado:_______________Cep:___________________
Telefone:_____________________Celular:__________________________Fax:________________
E-mail:_______________________Título de trabalho_________________________
Para enviar a
agenda de atividades de sua instituição,
ou qualquer outro tipo de informação, escreva a brasil@psicomundo.com